O
que é a Cabala? A Cabala é um alfabeto de símbolos com os quais uma linguagem
espiritual é construída de forma que a comunicação entre seres de diferentes
estados de consciência possa ser estabelecida. Na Cabala, deuses, anjos e
homens encontram uma linguagem comum por meio da simbologia, a linguagem da
alma.
Mas
a Cabala não é apenas um conjunto de conhecimentos, no sentido usual da
palavra. E principalmente um método de usar a mente de tal modo que o indivíduo
entra em contato direto com os poderes viventes e as forças do Universo e, por
meio deles, com a fonte eterna de toda a manifestação. Em outras palavras, você
faz contato com Deus.
Ela
teve seu início nos ensinamentos esotéricos dos judeus da Palestina e do Egito,
na era que viu o nascimento do Cristianismo, o primeiro milênio. Foi durante
esse período que as diversas doutrinas encontradas em antigos livros hebraicos
como o Sepher Yetzirah (Livro da Formação), o Zohar (Livro do Esplendor) e o
Bahir (Livro da Iluminação) foram pela primeira vez escritas.
Os
diversos manuscritos foram então copiados e circularam por toda a Europa, tendo
sido cuidadosamente guardados pelos esoteristas.
Porém,
não se deve constatar que o conhecimento desses princípios cabalísticos, como
tal, eram propriedade exclusiva dos hebreus. Nada disso. Os ensinamentos podem
ser remetidos a períodos mais antigos no conhecimento oral, em monumentos e nos
pergaminhos sagrados e hieróglifos dc todas as nações, remontando à aurora dos
tempos. Portanto, o cabalista moderno é herdeiro de uma doutrina realmente
antiga, mas deve atualmente reinterpretar e reformular essa doutrina para que
ela tenha valor prático para ele na sociedade atual.
Isso
se faz lançando mão de seus três aspectos básicos — o aspecto do Tarô, o aspecto
hebraico e o aspecto inglês; as letras iniciais desses aspectos formam o artigo
definido "THE" [O, A]. Assim, a combinação dessas três disciplinas é
o modo mais abrangente para se estudar "A" Cabala.
Descobrimos,
então, que essa antiga ciência nos foi dada para expandir nosso universo, de
forma que possamos expandir a nós mesmos. Por meio do código cifrado contido
nela, encontramos uma espantosa sabedoria oculta. Seus aspectos básicos são
simples, mas em nossa civilização atual nós os perdemos de vista porque separamos
as letras dos números. Porém, os antigos hebreus não tinham um sistema diverso
para diferenciar números e palavras. Cada número era uma palavra e cada palavra
era um número. Dessa forma, a Cabala é a ciência em que o segredo da PALAVRA é
conhecido. Ao usar a Cabala, o homem torna-se o mago vivo.
A Cabala Hebraica
O
mais antigo aspecto de nossa trindade de leis ou sistemas cabalísticos é o aspecto
hebreu, a Cabala da linguagem hebraica. Uma vez que o zero (0) não foi inventado
até o século III d.C. pelos árabes, e que símbolos diversos para os numerais
ainda não eram conhecidos, os primeiros hebreus criaram um sistema de numeração
ligeiramente diferente do que usamos na Cabala inglesa atual, com seus 36
símbolos (26 letras e 10 números).
Assim,
mesmo sendo em formato diferente, o sistema hebraico ainda era um sistema
denário de numeração, ou seja, suas partes podiam ser divididas em unidades,
dezenas, centenas, etc., tendo cada letra um valor numérico de exatamente dez
vezes sua contraparte anterior. É, portanto, o uso da magia do dez, surgida 500
anos antes do advento do zero ou do espaço vazio, o que torna o alfabeto
hebraico tão espantoso. As letras hebraicas são mostradas na tabela adjacente,
junto com seus equivalentes em português, e o símbolo especial que traz o
significado de cada uma das letras. A coluna da esquerda mostra se a letra é
uma letra mãe, uma letra dupla ou uma letra simples.
Visto
que essas 22 letras (ou 27, se considerarmos as finais) são difíceis de ser escritas,
os cabalistas modernos criaram um sistema que substituiu cada letra do alfabeto
hebraico por uma letra maiúscula do alfabeto ocidental, que soa como a letra original.
Desse modo, qualquer palavra hebraica pode ser impressa em outro idioma com sua
pronúncia hebraica intacta e permite ao leitor não apenas definir seu valor numérico
como também ter uma idéia aproximada do modo como é pronunciada.
O
uso de letras para simbolizar números foi provavelmente levado à Palestina no
período do Segundo Templo. Nunca ocorreu a esses povos antigos que os números
poderiam ser representados de maneira diferente. Assim, como acabamos de dizer,
cada número torna-se uma palavra e cada palavra revela um número.
Porém,
esse sistema não era exclusivo dos hebreus; era também usado pelos babilônios e
pelos gregos.
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