CABALA MUSICAL
"Nos NÚMEROS, nos SONS e nas CORES estão
contidos todos os mistérios da Vida".
A Tríade ou Lei do Ternário é, pois, a lei
construtiva das coisas e a verdadeira Chave da Vida, já que se nos apresenta,
em todos os graus da escala da existência, desde a constituição da célula orgânica,
até a hiper-física do homem, do Universo e da Unidade donde tudo procede. E
isso,
na razão da eterna luz que atravessa todas as
coisas, com o fim de as tornar mais claras, transparentes.
Num dos oráculos de Zoroastro lê-se:
"O número três reina por toda a parte
E a Mônada é o seu princípio" ...
Do mesmo modo que nos versos Dourados de
Pitágoras:
"A Triade Sagrada, imenso e puro
Símbolo, Fonte da Natureza e modelo dos deuses".
Por toda a parte, enfim, encontra-se o
mistério do UM, do TRÊS e do SETE!
Na impossibilidade de abordarmos - em tão
resumido estudo - o poder cabalístico de tudo quanto se manifesta na Natureza,
tomemos como exemplo um simples inanimado, embora que, como instrumento
musical, seja o mais sintético e iniciático de quantos se conhecem - O PIANO.
Em seu conjunto, o piano possui: caixa de
ressonância, que tanto vale por Cabeça, em cuja parte interna, já começa a
influir o mistério do Setenário Divino: a configuração dos martelos que ferem
as cordas, as quais, por sua vez, estão dentro do mesmo mistério, desde que, em
escala ascendente ou descendente, reproduzem sempre as mesmas notas.
No cérebro humano tal vibração setenária está
na glândula pineal, cujo poder expansivo foi capaz de abrir SETE FENDAS ou
BURACOS na caixa craniana, ou sejam: 2 olhos + 2 ouvidos + 2 narinas + 1 boca =
7. E isso, no que diz respeito aos SENTIDOS, ou poderes que se manifestam
de dentro para fora, embora espalhando-se por
todo o corpo através de SETE CENTROS DE FORÇA ou CHACRAS (Lotos, Rodas, Sóis,
etc.) que alimentam a vida humana, além de fortalecerem - cada vez mais - a
união dos três corpos entre si a fim de que um dia o homem, após alcançar a
perfeição absoluta, possa fundir-se naquela mesma Vida Una.
A seguir, vem o teclado, como ventre, e onde
se estende em forma horizontal - contrariamente à vertical já descrita (que
tanto vale pela descida da Mônada, do Divino para o Terreno), o mistério de uma
Ronda através suas Sete Raças-mães e respectivas sub-raças, perfazendo o
prodigioso número 49, com o qual, além do mais, se poderia executar qualquer música,
por mais complicada que fosse, por estar ele envolvido na Matemática Divina,
para não dizer, na excelsa e prodigiosa Harmonia das Esferas.
Vêm a seguir, os Pés, como sustentáculo,
alicerce ou base do peso contido em todo aquele "edifício"
instrumental... E é assim que o executante entra em harmonia com o instrumento:
pela cabeça ou parte Mental, repetindo o que se acha diante de seus olhos - a
Música, - por sinal que figurada por outros martelos menores, pouco importa se
invertidamente Brancos e Negros e inscritos em linhas e espaços (na razão de 5
por 4, ou Quinta Raça-mãe na obrigatoriedade de redimir os erros de sua
antecessora - a Quarta ou Atlante). Sem falar que
Brancos e Negros nos fazem lembrar essas
tremendas batalhas travadas no campo de Kurukshetra (de que fala o
Bhagavad-Gîta) entre Solares e Lunares, até que ambos completamente
equilibrados, não mais inimigos, concorram para a Suprema Vitória do ANDROGINISMO
LATENTE, desde que a Humanidade se separou, ou seja, nos meados da Terceira
Raça-mãe Lemuriana.
As mãos do pianista, que devem ficar à altura
de seu ventre e do instrumento, justamente na sua parte média ou equilibrante,
representam as próprias Garras da Esfinge, em defesa à região umbilical ou
Astral, como o verdadeiro Portal do Templo (subterrâneo: seio ou ventre da
terra); enquanto seus pés se apoiam sobre os do piano ou PEDAL, que, além do
mais, representam essa forma dual ou andrógina... que já provêm dos mundos
superiores da matéria, através dos vários nomes que lhes dão as santas
escrituras: ADAM-KADMON, ADAM- HEVE, ADAM-CHEVAOTH (contrariamente ao termo
JEOVAH, completando aquele outro cabalístico "Dæmon est Deus
inversus", etc.) senão, como os "Gêmeos Espirituais", ou aqueles
que se acham envolvidos no mistério da Humana Redenção, que tanto vale pelo da
Era de Maitri ou do "equilíbrio entre os 3 mundos ou qualidades de
matéria".
O lado esquerdo ou Lunar do piano - que tanto
vale pelo agudo, referente à voz feminina (donde o termo "notas de
cabeça", é onde executa o Canto, a mão Direita do pianista. É pois, a parte
do instrumento referente à Alma, ou aquela que descreve todos os seus
sentimentos (de dor ou prazer), durante a trajetória cármica por este planeta
de provas, onde é obrigada a viver (em corpo da mesma natureza, terrena ou
física); o direito ou Solar, como o Grave, referente à voz Masculina: o Ego, a
Mônada, o Espírito, que acompanha, guia ou protege a sua companheira. E o
Médio, onde as duas mãos se tocam, se confundem, se enlaçam, representando o
androginismo perfeito, por ser, justamente, o Lugar onde Alma e Espírito realizam
o místico consórcio musical, tal como no mundo humano, quando o homem chega a alcançar
tamanha realização, que o torna um Ser Superior, Adepto ou Iluminado. O mesmo instrumento,
dividindo-se em 3 partes, quer vertical, quer horizontalmente (formando um Cruzeiro
ou Pramantha), reproduz os três mundos cabalísticos, como os três corpos de que
o Homem se compõe. Quanto aos termos Gravíssimo e Agudíssimo, representam o
Alpha e Ômega do que se pode chamar de Evolução e Involução da mesma Mônada.
E se um Maestro ou pessoa que sabe executar,
com maestria, Obra ou Ópera Musical, o próprio termo o diz: Mestre, Adepto,
Gênio ou Jina . . .
E quanto a essa exigida polaridade formada
entre instrumento e executante (como tudo na vida é obrigado a mirar-se num
espelho), como dupla manifestação da própria Divindade, embora que, em aparente
oposição ou antagonismo, é quanto vimos apontando até agora, inclusive a
"mística União entre Alma e Espírito", tem como lídima expressão o
fenômeno elétrico, especialmente em uma lâmpada de arco voltaico, onde só se
manifesta a luz quando os dois carvões entram em contato, ou melhor, quando os
dois pólos, positivo e negativo, estabelecem a Corrente. Semelhante ainda a
duas pessoas que se odiassem e, desde então, começassem a se amar.
Tão sublime quão transcendental União vem sendo
simbolicamente representada, desde tempos imemoriais, através de lendas e
mitos, como por exemplo o wagneriano, quando Elsa (a filha da Terra, ou Eva), a
Alma humana, se apaixona por Lohengrin, "o filho dos céus"
(Choan, Jina, Agarthino, etc., ou Alma
Divina, Espírito, etc., como prova ao "não poder revelar o seu misterioso
nome", "nem a excelsa pátria de onde procede": Shamballah,
etc.). Na mitologia grega "Psique em busca de seu amado", quando não
o tradicional cavaleiro à procura de sua amada, a começar por Perseu e
Andrômeda, ou aquele que mata o dragão antes que este devore a sua
"amada", a qual se acha acorrentada à porta de seu palácio, além de
haver esse mito servido ao plágio cristão do S. Jorge, onde não falta o dragão,
a princesa acorrentada e quanto ao outro se refere. Por sua vez Orfeu desce aos
infernos para salvar Eurídice... E assim por diante.
Não se deve, ainda, esquecer que o
executante, de qualquer trecho musical, é obrigado a servir-se dos dez dedos,
que em si já representam as DEZ FORÇAS CABALÍSTICAS simbolizadas pela Árvore
Sefirotal, senão os mesmos DEZ avataras de Vishnu, onde o último, como síntese dos
Sete que o antecederam é, ao mesmo tempo, Uno e Trino, qual coroa cabalística
(das Três Caras ou Faces) KETHER, CHOCHMAH, BINAH, e a mesma teosófica ATMÃ,
BUDHI, MANAS que caracteriza a própria Mônada, em sua tríplice forma. Daí o se
chamar àquele Redentor-Síntese
de MAITRI, o SENHOR DOS TRÊS MUNDOS, aquele
que venceu ou equilibrou as três qualidades da matéria, etc. De todo esse
mistério saiu o eclesiástico plágio do Cristo-Rei. Ademais, por ser a época do
Sétimo princípio (crístico, dos ensinamentos teosóficos), como o finalizador
estado de consciência da Ronda atual.
Razão porque um verdadeiro Acorde é formado
de Três notas: dó/mi/sol; mi/sol/dó; sol/dó/mi, etc., e dentro de qualquer das
oitavas do piano, tal como a Mônada evoluindo gradativamente na escala de
consciência de que se compõe uma Ronda. Por sua vez, o último acorde ou aquele
que encerra o trecho musical, corresponde ao mesmo fenômeno acima
referido, isto é: a Redenção da Mônada com o
término de sua evolução na terra. Razão, ainda, da assistência que aplaude a
magistral (de Magister, Maestro, Mestre, etc.) interpretação musical,
comparar-se ao papel que têm os Lípikas, de aplaudir ou não, os esforços da
Alma
através das suas várias encarnações na Terra,
como experiência ou tesouro espiritual, que um dia acabará por torná-la
completamente livre de tais encarnações. Ademais, são aqueles seres que
conduzem, para a Ronda imediata, todo o esforço ou experiência da Ronda
anterior, para
não dizer, do "supremo sacrifício a que
se sujeitou a Divindade, deixando de ser Una para se tornar múltipla, por isso
que, agindo inconscientemente dentro dos maiávicos ou ilusórios véus da matéria
grosseira com que a envolvem os mundos inferiores onde foi obrigada a viver.
Para finalizar: nenhum instrumento mais iniciático
do que um terceto composto de Flauta, Violino e Piano. E isso porque, a Flauta
simboliza o Hálito, ou Verbo Divino, realizador de tudo quanto se manifesta na
Natureza (como projeção da própria Vontade ali existente em estado latente); o
Violino ("velino, velocino" ou "véu divino"), como
criatura, o ser animado por aquele mesmo Hálito representado pelo anterior,
embora que, esquecido de sua procedência divina, por causa do ignaro ou sombrio
véu de que se acha cercado... Do homem possui ainda as "4 cordas
vocais" que servem de veículo ao Som ou Palavra com que expressa as suas
idéias.
E quanto ao Piano - como instrumento
sintético, segundo foi demonstrado - a mesma Harmonia das Esferas, para não
dizer o Grande Concerto Universal da Cadeia Setenária, onde vivem homens e
deuses, embora que sem se reconhecerem.
Do sublime consórcio entre flauta e violino,
- tal como nos humanos consórcios, o piano faz, ao mesmo tempo, o papel de Juiz
e Sacerdote; assumindo assim os Dois Poderes a que estão subordinadas as
criaturas da Terra: o Temporal e o Espiritual, segundo a iniciática sentença "dar
a Cesar o que é de Cesar, e a Deus o que é de Deus".
Sejamos, pois, ao mesmo tempo, "Homens e
Deuses", debaixo do critério iniciático, que até aqui vimos desenvolvendo,
embora que progredindo aos poucos, pelo fato de a Natureza não dar saltos.
Nesse caso, servindo-se do termo "piano", ou da itálica sentença de
que "piano piano si vá lontano"...
Nenhum comentário:
Postar um comentário